Sepultura – Discografia (1985 – 2007)

Sepultura é uma das maiores bandas brasileiras de rock de todos os tempos. A projeção internacional que o grupo conseguiu, levando o nome do Brasil para os quatro cantos do mundo, é motivo de orgulho para todos, fãs ou não.

A história da banda começou em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1983, quando os irmãos Max e Igor Cavalera juntaram-se aos amigos Paulo Júnior e Jairo Guedes. No ano seguinte, se apresentaram no festival BH Metal, chamando a atenção da pequena Cogumelo Records, conseguindo assim o primeiro contrato.

Em 1985, foi lançado um LP que tinha Sepultura de um lado e Overdose do outro. O título escolhido para essa gravação foi “Bestial Devastation”. A banda fez alguns shows e logo ganhou a chance de gravar um álbum completo, dessa vez sozinhos.

“Morbid Visions”, o primeiro álbum oficial, veio em 1986 e um grande clássico já surgia: a música “Troops of Doom”, obrigatória até hoje em todos os shows. A turnê de divulgação do álbum já foi um pouco maior e na volta, o guitarrista Jairo Guedes decidiu abandonar o grupo, sendo substituído por Andreas Kisser. A Cogumelo Records relançaria ainda “Bestial Devastation” e “Morbid Visions” em um só LP.

Com a nova formação, o Sepultura gravou, em 1987, “Schizoprenia”. O álbum fez grande sucesso vendendo 10 mil cópias no Brasil e sendo pirateado nos EUA. Ganhando cada vez mais espaço, fecharam um contrato, dois anos depois, com a estrangeira Roadrunner e logo na seqüência saiu o primeiro álbum com a nova gravadora: “Beneath The Remains”. O disco foi muito bem e a faixa “Innerself” virou videoclip.

A banda passou a fazer suas primeiras apresentações no exterior junto com o Sodom, começando na Áustria e passando pelos Estados Unidos. Em 1990, contrataram a empresária Gloria Brujnowski, após se apresentarem para 26 mil pessoas no Dynamo Open Air Festival. Tocaram ainda no Rock In Rio II, mesmo ainda sendo desconhecidos para o grande público brasileiro.

A banda estourou mesmo por aqui em 1991, com o lançamento de “Arise”. O álbum vendeu 160 mil cópias nas duas primeiras semanas e várias faixas viraram single ou videoclip como “Arise”, “Dead Embryonic Cells”, “Desperate Cry”, “Orgasmatron” e “Altered State”.

No ano seguinte, Max Cavalera casou-se com a empresária Glória. Em 1993 foi lançado “Chaos a.D.”. O álbum já trazia algumas influências tribais e o som já se distanciava dos primeiros álbuns, mas sem nunca deixar de ser pesado.

O Sepultura já era considerado uma das maiores bandas do Metal em todo o mundo e consciente da posição que ocupava, quando resolveu denunciar nas letras todos os problemas sociais e políticos que sofrem os países do terceiro mundo, o que inclui o Brasil. “Territory” , “Refuse/Resist”, “Manifest” e “Slave New World” dão a tônica do disco. Atraíram 50 mil pessoas para o Donington Monsters Of Rock, na Inglaterra e venderam 300 mil cópias no Brasil.

Aprofundando-se ainda mais nas raízes culturais brasileiras, prepararam um novo disco com participação dos índios xavantes e do músico baiano Carlinhos Brown. O álbum, intitulado “Roots”, saiu em 1996, e foi um dos mais vendidos do ano, entrando nas primeiras posições das paradas de diversos países.

Mesmo com todo esse sucesso, Igor, Andreas e Paulo não aceitaram renovar o contrato com a empresária Gloria, alegando que ela não tratava a banda de maneira equilibrada, dando sempre maior destaque ao marido. Max se revoltou com a atitude dos companheiros e decidiu deixar a banda junto com Gloria.

Após algum tempo em silêncio, ninguém sabia ao certo qual seria o destino do grupo. Alguns afirmavam que Andreas assumiria os vocais enquanto outros não acreditavam na volta da banda. Eis que finalmente, o Sepultura afirmou que voltaria com um novo vocalista. O homem recrutado para o lugar de Max foi norte-americano Derrick Green.

O primeiro disco com o novo vocalista foi “Against”, de 1998. Esse álbum ainda trazia algumas experimentações, como a percussão do grupo japonês Kodo, mas não foi tão bem aceito, pois foi criado num período ainda muito conturbado, ficando um pouco confuso.

Os próprios integrantes do Sepultura reconheceram isso e começaram a trabalhar no próximo lançamento. O conceito do novo álbum era o de criar uma nação do Sepultura, com hino, símbolo e filosofia de vida. Com essa idéia em mente, “Nation” saiu em 2001 e foi muito mais elogiado que o anterior. O disco é bem mais pesado e tem mais a cara da banda.

O duplo ao vivo “Under a Pale Grey Sky” foi lançado em 2002. Trata-se de uma apresentação que o Sepultura fez em 1996, ainda com Max Cavalera nos vocais, na turnê do álbum “Roots”.

Já o inédito “Roorback” chegaria em 2003 e, nesse mesmo ano, a banda fez seus primeiros shows na África do Sul. Os mineiros ainda foram confirmados no ‘cast’ do festival Kaiser Music, onde dividiram o palco com o Deep Purple.

Em 2004, o grupo retomou suas turnês internacionais, subiu ao palco do Rock In Rio Lisboa e caiu na estrada ao lado da banda Motörhead. No ano seguinte, o grupo fez um show no Olympia, em São Paulo, para as gravações do primeiro DVD ao vivo da carreira. Ainda em 2005, o Sepultura anunciou o relançamento do disco “Roots”, sucesso de 1996, com raridades e remixes.

Em 2006, a banda iniciou a turnê do álbum “Dante XXI”, inspirado no clássico literário “A Divina Comédia”, do italiano Dante Alighieri. No mesmo ano, o baterista Igor Cavalera, que já não participava da turnê, deixou a banda. Apesar da saída de Igor, o Sepultura continua as apresentações.

Álbuns:
1985 – Bestial Devastation [EP]
1986 – Morbid Visions
1987 – Schizophrenia
1989 – Beneath The Remains
1991 – Arise
1992 – Third World Posse [EP]
1993 – Chaos A.D.
1996 – Roots
1996 – The Roots Of Sepultura
1997 – Blood-Rooted
1997 – B-Sides
1998 – Against
2001 – Nation
2002 – Under A Pale Grey Sky (Ao Vivo)
2002 – Revolusongs [EP]
2003 – Roorback
2005 – Live In São Paulo (Ao Vivo)
2006 – Dante XXI
2006 – The Best Of Sepultura

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